velho monge

mongeA vida generosa está inquietamente fornecendo adrenalina suficiente pra pagar e vender. Procuro respeitar horas marcadas, escuto música muito alto, me concentro no restrito e necessário, abstraio mais do que posso, durmo menos do que devo e, um velho monge que me habita sorri com olhos muito límpidos, quase transparentes, como quem diz, como você é tonta, tola, tonta.

Às vezes ele recita Fernando Pessoa: segue o teu destino/rega as tuas plantas/ama as tuas rosas/o resto é a sombra/de árvores alheias/(…) a resposta está além dos deuses. Rego minhas pimenteiras, substituo as rosas por cd’s alheios e no alheio não meto o nariz. Vou tentando, adaptando as dicas com o que eu sinto que tenho, como quem prepara uma receita com os ingredientes que dispõe a geladeira. Só não consegui ainda que esse monge seja mais claro a respeito das respostas. Ele ataca de Caetano, aquela coisa meio non sense, que jaz num sax. Às vezes, manda até um Zingg: Ataque a vida/ela vai matar você de qualquer jeito.

Não sei direito como interpretar um monge que recita pessoa(s) tipo biscoito chinês mas, quando esses caras estão zen pressa, fora de hora e lugar devem ser assim mesmo, irônicos, quase sádicos.

Sua tonta.

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1 Comentário em velho monge

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