Falar não é verbalizar palavra. Falar é exercício de alma. Cordas vocais só lhe emprestam instrumento, sempre acreditei. Primeiro, é preciso depurar o sentimento, bem antes que ele se torne vocábulo, sob pena de engasgar um discurso vazio e menosprezar o ouvinte — se for um bom ouvinte. Pois, se falar é exercício de alma, ouvir é qualidade de quem sua alma também sente e escuta, antes que ela destile sílabas quebradas, frases sem música, dançarinas sem compasso.
Falar, com a voz da alma é embalar os sonhos, entregar o coração embrulhado em espanto sem temer nem esperar pela hora do sobressalto. Falar por falar, sem escutar a alma, é falsa sensação de preencher vazios, soltar os demônios, é abandonar os anjos ao constrangimento. Falar assim é quebrar os ovos, por um prazer vândalo e insano. Mas, ouvir… Ah, ouvir é uma degustação, doce ou amarga, palatável ou intragável, com a opção de retornar, mesmo que a vácuo, a tal da omelete ou um pudim às claras.
disseste tudo falar não é verbalizar palavras é falar com a alma…. beijos