fora da palavra

Hora da palavra
Quando não se diz nada
Fora da palavra

[A Terceira Margem do Rio – Caetano Veloso]

silenciosNasci entre primavera e verão bem ao sul do hemisfério sul. Talvez por isso goste do inverno, desde que não seja longo, desde que não seja muito escuro. Desde que não tenha quedas bruscas de temperatura. Comigo, tudo de bom e de chato acontece o tempo todo, eu só tenho a tendência a prestar mais atenção no que é bom. Esse otimismo ainda me ataca pelas costas. Se eu ficasse de costas.

Nos dias menos quentes — enquanto a vida trata de se realinhar –, puxo até o queixo, como quem se aninha em manta de lã, algumas palavras escritas, muitas ditas e as mal ditas por atrapalho ou falta de jeito. A vida que entrega o riso de graça também sofre de desajeitamento.

E silêncios. Há silêncios que falam, outros se encolhem ainda mais na clausura da timidez, acuados da cara à tapa. Silêncios medrosos de trincar encantamentos.

Mas, quem nasce entre primavera e verão bem ao sul do hemisfério sul e ainda assim gosta de inverno, entende que silêncios são palavras encolhidas.

Alguns risos também.

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7 Comentários on fora da palavra

  1. Ainda volto com calma, pra ler (reler) tudo. Por ora, é só pra marcar posição, dizer que vim, vi e que você venceu – como sempre. 😉

    Beijos!

  2. Clau, você não imagina como fiquei feliz com sua volta à blogosfera. Você foi minha inspiradora, mais tarde, minha professora. Ter você de volta e poder desfrutar do prazer de ler suas crônicas, é tudibom! Obrigada! Beijão!

  3. Guria querida,

    Bom demais começar a segunda-feira com esta notícia!! Você sabe da minha saudade pelas tuas letras, né? Sempre achei que “só” o Crônica era pequeno pra você…ou, quem sabe, pouco pra mim.

    🙂

    beijo grandão e carinhoso procê,

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